Com 5,7 milhões de beneficiários a menos, o governo divulgou o calendário de pagamento do auxílio emergencial residual. Nessa etapa do pagamento, 27 milhões de pessoas que fizeram a inscrição por meio do site ou do aplicativo, receberão as quatro parcelas de R$ 300. Outros 16,2 milhões de trabalhadores que ainda estão recebendo o benefício no valor de R$ 600 ou R$ 1.200 também terá o início dos depósitos efetuados amanhã, conforme o calendário do mês de nascimento.
O calendário é dividido em pagamento e saque, com datas diferentes para os aprovados que receberam a parcela em abril, maio, junho e julho. Com a demora do governo na divulgação das datas de pagamento, muitos beneficiários vão poder sacar a 3ª e a 4ª parcela apenas em janeiro. Para os nascidos em dezembro, o saque será possível apenas em 27 de janeiro.
Segundo o presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), o saque é importante para as famílias mais pobres que precisam do dinheiro em espécie. “Esperar pelo saque até janeiro é trazer ainda mais incertezas para a população que precisa desse valor para comprar suas necessidades. Muitas pessoas ainda não estão acostumadas com o aplicativo e o modelo digital”, afirmou Takemoto.
A coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa), Fabiana Uehara Proscholdt, também destacou a importância do saque ainda em dezembro. “Como as pessoas sobrevivem até janeiro? O ideal é que as pessoas recebessem no mesmo mês. Além disso, a CEE continua reivindicando que o auxílio emergencial seja pago por todo o sistema financeiro e não apenas pela Caixa”, ressaltou.
Campanha #600peloBrasil
Com a MP 1.000, o governo prorrogou o benefício para até o fim do ano, mas com o valor de R$ 300. Em uma ação da campanha #600PeloBrasil, o presidente da CUT, Sergio Nobre, veio a Brasília e junto com presidentes das demais centrais sindicais percorreram o Congresso Nacional para defender junto às lideranças partidárias a importância de votar imediatamente a Medida Provisória 1.000/2020, que prorroga o pagamento do auxílio até dezembro, mas retomando o valor em R$ 600 – o governo Bolsonaro cortou para R$ 300.
“O auxílio emergencial de R$ 600 é uma conquista da CUT, do Fórum das Centrais e, em especial, das bancadas de oposição, que garantiu um mínimo de atividade econômica no Brasil e proteção social aos mais vulneráveis neste momento de pandemia. Essa medida perversa do governo Bolsonaro de reduzir o auxílio à metade é um crime; esse valor não compra sequer uma cesta básica”, avaliou.
A Fenae também apoia a campanha e vem defendendo continuamente o auxílio emergencial de R$ 600 até o fim da pandemia. “Garantindo a renda das pessoas, elas vão gastar no supermercado, na farmácia, na padaria, e o valor vai aquecer a economia. Esse dinheiro volta e gera receita fiscal. Por isso a Fenae sempre defendeu a extensão do auxílio no valor original, proposto pelo Congresso. Já não era suficiente, mas agora com os cortes do governo no valor e no número de pessoas que vão receber o auxílio, a situação vai piorar”, ressaltou Takemoto.