A Caixa vai pagar, nesta segunda-feira (14), a antecipação do valor da Participação nos Lucros ou Resultados (PLR) e do Abono Único. O pagamento será feito após a reivindicação da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), assessorada pela Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/ Caixa). Os valores já podem ser acessados por meio do aplicativo Sou Caixa, na parte de adiantamentos.
No novo Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), o cálculo da PL sofreu mudanças e será paga sobre o Lucro Líquido do primeiro semestre, que foi de R$5,6 bilhões. Nos acordos anteriores, a primeira parcela da PLR era paga levando em consideração o Lucro Líquido Presumido para o ano.
Segundo o membro da CEE/Caixa, Leonardo Quadros, a mudança não traz prejuízos aos trabalhadores. “O lucro líquido projetado para o ano é de cerca de R$9 bilhões, o que faria com que o valor referente à PLR Social e à PLR adicional da Fenaban (os 4% e os 2,2%) correspondessem à 50% dos R$ 9 bilhões, portanto à R$ 4,5 bilhões. Como o lucro do semestre foi de R$ 5,6 bilhões, essas parcelas que distribuem um percentual do lucro serão maiores na antecipação do que se fosse calculado com base no lucro líquido projetado”, explicou.
Ainda de acordo com Quadros, será pago aos trabalhadores 50% do percentual de 90% do salário e da parcela fixa de 2.560 reais – valores anuais da PLR. “Agora, o valor corresponde à metade destas parcelas e as parcelas que distribuem percentuais do lucro, PLR adicional Fenaban, que paga 2,2%, e PLR Social, 4% serão calculadas sobre os 5,6 bi do lucro do semestre”, completou.
Após uma dura negociação para fechar o acordo, a antecipação da PLR é um reconhecimento para os empregados que têm realizado um excelente trabalho, principalmente durante a pandemia. “Os empregados têm feito um grande trabalho para pagar os mais de 67 milhões de brasileiros que estão recebendo o auxílio emergencial. A PLR é o reconhecimento deste trabalho”, afirmou o presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Sérgio Takemoto.
Mudanças nas Remunerações Básicas
Uma imposição do governo federal fez com que a PLR fosse limitada a um máximo de três Remunerações Básicas (RBs) por empregado. A limitação veio por meio da Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (SEST) e sem ela, não haveria acordo.
Outro problema seria o limite da Caixa para fazer o pagamento, que poderia extrapolar, caso não houvesse a limitação. “A limitação feita pelo governo é de um equívoco gigantesco. Nós entendemos que a PLR Social era importante para os empregados”, finalizou Fabiana Uehara Proscholdt, coordenadora da CEE/ Caixa e secretária da Cultura da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).