As condições de trabalho dos empregados da Caixa é pauta constante nas negociações com a empresa, mas a questão tornou-se ainda mais alarmante durante a pandemia – que já tirou a vida de mais de 85 mil de brasileiros. A situação nas agências está cada vez mais crítica, onde a categoria está submetida à sobrecarga de trabalho, pressão e assédio moral, além de se expor ao risco de contaminação. A Apcef Ceará faz um alerta à direção do banco e, ao lado do movimento sindical, segue vigilante quanto à valorização e aos direitos dos trabalhadores.
“Todos os empregados estão passando por um momento de aflição muito grande com a pandemia, mas os nossos colegas da linha de frente seguem enfrentando uma situação ainda mais difícil. A pressão, a cobrança por metas e a sobrecarga de trabalho somam-se à falta de planejamento da direção da empresa e à tensão de estar exposto diariamente ao risco de contaminação. A Caixa precisa olhar para seu empregado de forma mais humana, pois estamos em um cenário completamente atípico”, afirma Rochael Sousa, presidente da Apcef Ceará.
A Apcef Ceará está à disposição de todos os empregados para receber denúncias sobre o descaso e os abusos por parte da direção da Caixa a fim de cobrar providências e segue articulando medidas de proteção ao trabalhador. “A Caixa desempenha um papel fundamental durante a pandemia, o que reafirma a importância do seu caráter social para o desenvolvimento do país, mas precisa valorizar e proteger os seus empregados urgente”, completa o presidente.
Durante painel do 36º Conecef, a médica e pesquisadora em saúde do trabalhador Maria Maeno ressaltou: “Ao ouvir os trabalhadores sobre o quanto se sentem desvalorizados e avaliados injustamente, apesar de trabalharem muito mais e sob pressão, é possível fazer um paralelo com formas de organização e gestão de outras empresas públicas e privadas, cujos eixos consistem em utilizar sistemas de avaliação de desempenho como ferramentas de aprisionamento dos trabalhadores, que passam a temer pelo mal desempenho, que podem representar demissões no caso das empresas privadas e descomissionamentos nas empresas públicas, como a Caixa”.
Nota dos Gestores
Esse cenário tem adoecido a categoria, em especial os gerentes das agências. Em nota publicada no dia 24 de julho, a FENAG e as AGECEFS denunciaram a situação enfrentada pelos gestores da Caixa, que chegam a trabalhar 15 horas por dia sem o devido descanso. “A Caixa resolveu aumentar as metas de produtividade, impondo limites que beiram o absurdo – há produtos em que a meta foi “dobrada para 200%”, num momento em que os clientes estão fragilizados e os recursos sumiram de circulação!”, afirma o movimento gerencial. Leia a nota completa: Nota dos Gestores.
Com informações da Fenae