Meio século de atuação focada no bem-estar do pessoal do banco consolida modelo associativo das entidades representativas, com base na unidade, lutas e conquistas. Federação surgiu em 29 de maio de 1971, na cidade de Curitiba, no Paraná

No dia do aniversário de 49 anos da Fenae (Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal), comemorado nesta sexta-feira, em 29 de maio, trabalhadores, dirigentes de entidades representativas e de movimentos sociais, além de parlamentares e outras personalidades, se unem na defesa do banco público, social e forte e para reafirmar a valorização dos empregados da instituição.  

Um encontro virtual com este objetivo está programado para as 19h de hoje e encerra, assim, as atividades realizadas por toda esta semana. O foco, dessa vez, são as diretrizes propostas pela nova fase da campanha #ACAIXAÉTODASUA, que visa chamar a atenção de toda a sociedade brasileira para o trabalho essencial que os empregados da Caixa realizam em plena pandemia causada pelo coronavírus, mesmo em situações precárias e sem o devido respaldo do atual governo e da direção do banco.

A comemoração dos 49 anos está focada em uma trajetória de união, lutas e conquistas, sob o protagonismo das 27 Associações de Pessoal da Caixa (Apcefs) afiliadas, e reflete o princípio de que a boa luta faz da Fenae um ponto de referência para o Brasil, para a Caixa e para a classe trabalhadora. “Vai-se, praticamente, meio século de muita resistência, afirmação e de muito trabalho coletivo. Sempre prevaleceu a luta por uma Caixa 100% pública a serviço do país e de sua população, combinada com a mobilização em favor do bem-estar dos empregados e por nenhum direito a menos”, pontua o atual presidente da entidade, Sérgio Hiroshi Takemoto.

Por toda esta semana, através dos canais da Federação, a data foi celebrada com uma programação rodeada de surpresas. As atividades começaram na segunda-feira (25), com a divulgação de depoimentos de pessoas envolvidas com a trajetória do movimento nacional dos empregados da Caixa. Na sequência, na terça-feira (26), ocorreu a Live Talentos com os diretores Moacir Carneiro (Comunicação e Imprensa) e Nilson Moura Júnior (Sociocultural), além do produtor cultural Edu Capelo.

Na quarta-feira (27), por meio da plataforma Rede do Conhecimento, duas aulas ao vivo agitaram as redes sociais: a em torno do tema “Descubra os segredos e mistérios por trás do WhatsApp”, voltada para os aposentados, e a que se refere ao “Fenae Gourmet”, com dicas do professor Henrique Salsano sobre entrada, prato principal e sobremesa no preparo de uma refeição completa e caprichada. Aos associados das Apcefs, o clube de vantagens Convênios ofereceu descontos exclusivos, além de especiais.

O ponto alto da programação online, porém, acontece nesta sexta-feira (29), a começar pela exibição nas redes sociais de um mosaico composto pelos funcionários da Fenae, cujo trabalho colabora para que o movimento associativo dos empregados da Caixa seja forte e representativo. Haverá ainda a exibição de um vídeo com a linha do tempo, em todos os canais, registrando assim a história da Fenae e os principais passos das entidades representativas na mobilização em defesa dos direitos dos empregados.  

Ao longo de toda esta semana, depoimentos de lideranças do movimento da classe trabalhadora, no banco e em outros ambientes, foram inseridos nas redes sociais. “O bem-estar dos trabalhadores da Caixa é uma das missões da Fenae e das Apcefs”, lembra Jair Pedro Ferreira, diretor de Formação da entidade.
         
Também, no grande dia do aniversário, será realizada uma Super Live, a partir das 19h, com transmissão ao vivo pelo Facebook. Na ocasião, convidados de peso como Sérgio Takemoto (presidente da Fenae), Juvandia Moreira (presidenta da Contraf/CUT), Enio Verri (deputado do Paraná e líder do PT na Câmara Federal) e Wellington Dias (governador do Piauí pelo PT) debatem, com acesso aberto aos associados e não-associados das Apcefs, a importância da mobilização em defesa da Caixa e contra a retirada de direitos dos trabalhadores.

Outros assuntos da pauta desse bate-papo são o projeto de lei 2.715/2020, que suspende as privatizações do patrimônio público até um ano após a pandemia do novo coronavírus, e a relevância da Caixa para o desenvolvimento regional. Trata-se, sem dúvida, do processo de atualização do jeito Fenae de mudar o Brasil pela afirmação do banco 100% público.

Movimento coletivo e permanente

Uma constatação: a Fenae foi criada como um movimento em determinada direção, que surge em contraposição ao autoritarismo, corrige vícios e consolida a unidade para conquistar sempre mais. Segundo Sérgio Takemoto, o trabalho da entidade é assim: sempre criando, montando, construindo, descobrindo e avançando. Ele aponta que, da atuação da Fenae e das Apcefs, nascem o esporte, a cultura, as atividades sociais e as ações de respeito ao meio ambiente e desenvolvimento humano, combinadas com a capacidade de gestão e com a visão estratégica no campo empresarial.

“O propósito é o de integrar os empregados da Caixa por intermédio de eventos políticos, sociais, culturais e esportivos realizados pelo Brasil, ficando cada vez mais nítido que o bem-estar dos associados passa pelo fortalecimento das Apcefs”, afirma. E complementa: “Essa atuação está traduzida, de forma direta, na promoção de jogos nacionais, Rede do Conhecimento (plataforma de educação), Inspira (evento de troca de experiências profissionais e pessoais), Movimento Solidário (programa de responsabilidade social), Talentos Fenae/Apcefs (concurso cultural), Eu Faço Cultura (programa de democratização de acesso à cultura), #ProntoFalei (evento idealizado para a juventude) e no apoio à programação organizada pelas entidades do movimento associativo, como Dia do Saci, Jogos Regionais, festejos de São João, Colônias de Férias e Corrida do Pessoal da Caixa, culminando no planejamento e execução de projetos voltados para cada Apcef”.

O leque de interesses é vasto e vem sendo marcado por uma história arrojada, eficiente, democrática, ética e transparente. Há desde parcerias vitoriosas com o movimento nacional da categoria bancária, até a atuação articulada com entidades do movimento sindical e dos movimentos sociais, passando por lutas pontuais pelo direito à moradia, direito de greve, jornada de 6 horas, direito à sindicalização, plano de cargos e salários, estabilidade no emprego, aposentadoria complementar (Funcef), plano de saúde (Saúde Caixa), reajustes salariais e condições dignas de trabalho.

A busca para ampliar a contratação de mais empregados pela Caixa, ainda mais agora que o coronavírus disseminou-se pelo país, com o banco assumindo a tarefa exclusiva por pagar o auxílio emergencial do governo, é uma luta permanente das entidades do movimento associativo. Desde a sua origem, em 1971, a trajetória da Fenae é marcada pelos acontecimentos que impulsionam a organização e a mobilização dos empregados da Caixa por todo o país. Surgiu como uma pequena associação, mas depois amadureceu na forma de uma entidade combativa, forte e representativa.

O diretor de Comunicação e Imprensa da Fenae, Moacir Carneiro, diz que a celebração dos 49 anos forma o momento para uma ampla reflexão sobre o seu alcance e significado. “Trata-se de recuperar a credibilidade do Estado Democrático de Direito como mediador confiável e competente do destino da sociedade e de seu desenvolvimento”, pondera.

De acordo com Moacir Carneiro, os desafios para o país não serão equacionados por uma nova onda de privatizações, como querem alguns expoentes da agenda neoliberal. “As privatizações, na verdade, concentram ainda mais a renda e definham o poder indutor do Estado brasileiro, consolidando uma tragédia e aprofundando o oposto do que o país mais necessita”, denuncia.

Neste 29 de maio de 2020, como parte das comemorações do aniversário de 49 anos, o presidente da Fenae convoca todos os setores da sociedade brasileira a levantarem-se em defesa da Caixa pública e pelo respeito aos direitos dos empregados. E faz um alerta: “Como a nave Brasil está completamente desgovernada, com desemprego alto, crise de credibilidade e economia destroçada e sem rumo, a resposta precisa ser mais democracia, mais investimento público, melhor planejamento urbano e maior presença do Estado na articulação do esforço de inversões de políticas públicas”.

Sérgio Takemoto pondera que, para ser sustentável, o Brasil precisa ser economicamente viável, socialmente justo, culturalmente ousado e ecologicamente correto. “Consciente da importância cada vez maior dessa tarefa, o movimento nacional dos empregados da Caixa está diante do desafio de repelir a regressão conservadora. É isso ou o retrocesso”, conclui.  

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