O anúncio da Caixa Econômica Federal de que o IPO (oferta pública inicial) da Caixa Seguridade está suspenso foi destaque em vários veículos de Imprensa de circulação nacional, dentre os quais a Revista Fórum e os portais Congresso Em Foco, GGN e Brasil 247. As matérias veiculadas ressaltaram que a interrupção teve como argumento, por parte da diretoria da diretoria da Caixa, “a atual conjuntura do mercado”.  No entanto, os veículos mencionaram a grande mobilização realizada esta semana por entidades representativas, sindicatos, parlamentares, sociedade civil e empregados, contra a privatização da estatal.

As reportagens também divulgaram declaração do presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Sergio Takemoto, segundo o qual, a boa notícia é consequência da grande pressão e mobilização dessas entidades.

Takemoto considerou a interrupção “uma grande vitória, porque a privatização da Caixa Seguridade representaria o primeiro grande passo da privatização da Caixa Econômica Federal”. Conforme ele observou, as mobilizações foram intensificadas no último dia 7 de agosto, quando Bolsonaro editou a Medida Provisória 995/2020.  A MP autoriza a criação e posterior venda de subsidiárias do banco, abrindo caminho para a privatização da Caixa.

Também foi destacada, nas principais reportagens sobre o assunto, o posicionamento da representante dos empregados no Conselho de Administração da Caixa (CA Caixa), Rita Serrano.  Ela definiu a notícia como “fruto da resistência, da organização das entidades sindicais e associativas e também dos empregados, que carregam no DNA a missão pública e acreditam no papel público da instituição”.

Rita Serrano disse, ainda, que a instabilidade econômica no Brasil e no mundo é uma das justificativas dos seus votos no Conselho para impedir a abertura de capital da Caixa Seguridade.

“Venho votando contra todas as iniciativas que preveem a privatização das operações do banco porque entendo que, a médio prazo, vai enfraquecer a sustentabilidade da Caixa, que é uma das empresas mais importantes para o desenvolvimento do país e isto está provado, agora mais do que nunca, com o pagamento do auxílio emergencial”, afirmou.

Os veículos aproveitaram para repercutir o tema entre parlamentares, como o deputado federal Zé Carlos (PT-MA), coordenador da Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Bancos Públicos. Ele disse que esta é apenas “uma etapa vencida diante das intenções do governo em vender as empresas estatais”.

A deputada federal Erika Kokay, outra a se manifestar, disse que a suspensão dá tempo ao movimento. “A suspensão alimenta a nossa força. O governo recua frente à pressão do movimento que a Fenae tem capitaneado e a mobilização tende a crescer. Não tenho nenhuma dúvida que a maioria dos parlamentares é contra a privatização da Caixa”, afirmou.

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